sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Capítulo XV: Die Welle


O que acontece quando se oferece uma causa ,pela qual se deve e valha a pena lutar, a um grupo fragilizado, sem objetivos, sem sentido na vida? e o pior o que acontece se esse grupo vir nessa causa uma forma única de preencher o vazio que os ocupa?´
É exatamente isso que o filme Die Welle (A Onda) tenta mostra, em uma sala de aula onde uma das características comuns a todos os alunos é a falta de objetivos e perspectivas sobre o próprio futuro e o desconhecimento da própria história do país é iniciado um trabalho regido pelo professo de educação física onde o intuito era promover uma semana de estudos sobre o regime autocrático que consiste politicamente em um tipo particular de governo absolutista, tendo um sentido restrito e outro mais amplo, o restrito e mais exato reporta-se ao grau máximo de absolutismo na personalização do poder. O sentido amplo é de um governo absoluto com poder ilimitado sobre os súbditos, que apresenta uma grande autonomia em relação a qualquer instituição e aos governados, o chefe de estado absoluto é autocrata, portanto, sempre que não há força social capaz de limitar explícita e implicitamente os seus poderes políticos, o maior autocrata da história foi Hitler.
Quando esses alunos começam a conhecer na teoria essa forma perigosa de governo, começam a sentir-se parte integrante de um único grupo que tem por objetivo (algo que os integrantes sozinhos não tinham) tomar e seguir medidas que mantenham a boa ordem do seu grupo, visando sempre o desenvolvimento do mesmo, isso preenche o vazio existencial que até então ocupava esses alunos, o diretor do filme mostra essa sala como sendo um microcosmo da Alemanha que após a primeira guerra mundial foi assolada por crises econômicas decorrentes dos compromisso expressos no Tratado de Versailes os quais a Alemanha deveria honrar, assinado em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes foi um acordo de paz assinado pelos países europeus, após o final da primeira guerra mundial (1914-1918), neste Tratado, a Alemanha assumiu ,de forma não espontânea, a responsabilidade pelo conflito mundial, comprometendo-se a cumprir uma série de exigências políticas, econômicas e militares, estas exigências foram impostas à Alemanha pelas nações vencedoras da Primeira Guerra, dentre essas exigências estava a de que a Alemanha seria responsável pelo ônus da guerra o que a levou a uma profunda crise econômica refletida na sociedade que se sentia cada vez mais amedrontada e fragilizada devido ao enfraquecimento do governo e do agravamento da situação crítica da sociedade isso tornou o país em um terreno fértil para que surgisse ali um poder forte unificador com tendências centralizadoras e autoritárias e foi exatamente isso que aconteceu como já sabemos Hitler atinge o poder se torna ditador unifica e fortalece a sociedade alemã e toma medidas para que não mais a sociedade alemã mas a raça ariana tenha condições de se desenvolver plenamente, mas sem perceber a sociedade entrega ao autocrata o que lhe era mais valioso que é o individualismo.
O que caracterizava esses alunos assim como a sociedade alemão no pós primeira guerra era sua fragilidade que, como já foi dito, sem sentido na vida, viram o vazio preenchido por uma causa, esse é um dos principais ingredientes de estrutura social que um regime fascista precisa para nascer, e o fato desses alunos desconhecerem o passado de seu país faz com que eles aceitem todas as imposições do falso ditador (o professor) sem perceber que mergulham em um regime totalitário e autocrático isso mostra de certa forma que apreendemos a pouco esse monstro fascista, contudo ele ainda continua vivo dentro de sua jaula. Seu guardião é nossa inconsciência e para que ele não se livre de sua prisão é preciso dar armas à nossa incosciencia fazendo-a connhecer a história para que ela nao se iluda com as propostas do monstro seja ele qual for, fascismo, ditadura, guerras, colonialismo enfim todos os monstros que o homem criou para se aproveitar da fragilidade das pessoas.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Anexo III: ''Até o Fim''



Teria sido mais fácil fazer o que todo mundo(maioria) faz, sentar no sofá e esperar as oportunidades chegarem e irem embora, ''deixar a ferrari pra trás'' como diria Gessinger, isso teria me poupado de muitos sacrifícios como os inúmeros finais de semana que ''perdi'' estudando, as festa de sexta a noite que não fui porque tinha aula aos sábados, as partidas de videogame que não pude ter por falta de tempo e uma infinidade de outras coisas que teria feito a vida mais alegre, mas hoje eu vejo que todo esse esforço está prestes a ser recompensado mesmo que não concorde plenamente com todo esse sistema de seleção das faculdades brasileiras eu me preparei pra passar por ele, e passar de forma triunfal, e agora às vésperas da FUVEST eu estou me sentindo como um vitorioso é como se tudo o que eu fiz pra chegar até aqui já esteja sendo recompensador como se eu já pudesse sentir o ramo de oliveiras ao meu redor, e essa sensação esse SENTIMENTO quase como uma intuição de que vou atingir o resultado tão esperado é algo inexplicável que nunca pensei que fosse sentir considerando que até alguns meses atrás eu não me deixava levar pela emoção, continha-a dentro de mim quase como quem aprisiona um pouco de água nas mão, com muita destreza mas com cuidado pois se apertasse muito ela poderia escapar por entre os dedos e sair do controle, eu acreditava que só poderia ser verdadeiramente feliz se pudesse conter toda a minha emoção e ser totalmente guiado pela razão mas o que eu não tinha percebido é que deixar-se dominar só pela razão ou só pelo sentimento te conduz a um abismo de onde só tem uma visão linear do mundo só pude perceber isso quando me livrei dessa espécie de maniqueísmo e passei a deixar meus sentimentos fluirem com a mesma facilidade que minha razão fluia em mim essa mudança me fez atingir o equilíbrio entre razão e sentimento deixei de ser totalmente extremista como sempre fui durante minha vida agora não existe somente o sim e não, surgiu o talvez o meio termo o ponto de equilibrio o ''ponto de massa'' onde posso me posicionar para ver tudo de uma forma uniforme sem predileção inicial por nenhuma das possibilidades disponíveis e só então analisar os melhores caminhos, os melhores pontos de vista e as melhores atitudes, mas isso sem desprezar as piores porque as vezes estas podem me ser convenientes, atingi portanto uma visão panorâmica do mundo e deixei a linearidade para trás.
E o fato de estar tão confiante se deve à aliança entre essa capacidade de sentir, de ser intutivo ,que adquiri recentemente, com a intensa preparação resultante da determinação na busca por um ideal.

''Não vim até aqui

Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas
Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora

Minhas raízes estão no ar
Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim

Eu não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser
Ir embora
Não vai ser a primeira vez
Em menos de 24 horas

A ilha não se curva
Noite adentro
Vida afora
Toda a vida
O dia inteiro
Não seria exagero
Se depender de mim
Eu vou até o fim

Cada célula
Todo fio de cabelo
Falando assim
Parece exagero
Mas se depender de mim
Eu vou até fim

Não vim até aqui pra desistir agora
Não vim até aqui pra desistir agora''

encerro o Anexo III ao som de RELICÁRIO de CÁSSIA ELLER e NANDO REIS

sábado, 14 de novembro de 2009

Capítulo XIV: Por dentro dos ''de fora''

Em um mundo onde as pessoas perderam a individualidade graças aos mecanismos de uniformização implantados pela própria ordem social e agravado pelos interesses dos sistemas econômicos que tem a seu favor os meios de manipulação em massa é raro encontrar pessoas que ainda conseguem saber quem realmente são e que conseguem fugir das convenções sociais e criar seus próprios hábitos gostos virtudes e vícios, essas pessoas geralmente acabam ficando do lado de fora do fluxo de clones midiáticos produzidos em larga escala que falam as mesmas gírias ouvem as músicas top hits lêem somente os best sellers e só usam as roupas da moda, e pelo fato de não estarem incluídos nessa festa louca de clones são vistas como pessoas que estão vivendo em um mundo ilusório irreal e utópico mas na verdade o mundo real é aquele que poucos conseguem ver, esses raros que tem essa incrível ''habilidade'' são os ''de fora'' (em inglês outsiders).Algo curioso que ocorre é a tentativa da mídia em tentar criar outsiders, mas na real o que eles fazem é implantar nas pessoas um falso senso de individualidade e criatividade que será compartilhado por todos os clones midiáticos que graças à sua cegueira não enxergam que são todos iguais em forma e conteúdo.Um bom exemplo é a novelinha Malhação, a impressão que fica é que o roteirista escreveu um monólogo e depois distribuiu as falas entre vários personagens. Não há diferenciação de personalidade. Todos falam as mesmas coisas, do mesmo jeito e usando as mesmas expressões. Em resumo: fique igual e permaneça legal, outro exemplo seria um comercial de uma bebida à base de soja que foi veiculado na mídia televisiva à alguns anos onde um homem de terno e com uma caixa de som no lugar da cabeça ficava em um helicóptero dizendo quais eram as coisas que estavam na moda (coisas absurdas como peixe com chocolate e alho) e abaixo dele uma legião de pessoas brigando entre si para conseguirem os produtos que o cara de terno dizia estarem na moda, em outro plano também acima dessa multidão estava um homem na janela de seu apartamento com um frasco da bebida à base de soja e rindo de toda aquela confusão causada pela falta de individualidade, ao mesmo tempo o narrador dizia algo mais ou menos assim: ''seja diferente beba leite de soja da marca X'' (não lembro o nome da marca se não me engano é ades), mas repare que ao mesmo tempo que o comercial mostra como é ridículo o fato das pessoas não terem consciência de que são controladas por um ser elevado (no caso do comercial o ser elevado era a mídia o que fica claro pela caixa de som no lugar da cabeça do cara de terno que ditava as regras remetendo aos meios de comunicação) que implanta nelas uma personalidade pré fabricada o comercial exerce a mesma função ditando para os espectadores uma forma de ser diferente mas que na verdade leva a uma comunhão da mesma idéia artificial mostrada no próprio comercial, esse fato é engraçado para quem consegue enxergá-lo mas ao mesmo tempo é torturante ver toda essa multidão sem alma, sem vontade sem personalidade consequentemente infelizes já que a felicidade plena só é atingida apartir da auto construção da personalidade, fica fácil entender esse drama pelo qual os ''de fora'' passam ao assistir o filme Equillibrium onde o protagonista John Preston vive em uma sociedade onde os sentimentos e a capacidade de criação são contidos através da ingestão obrigatória de drogas depressoras de tais faculdades mentais, quando Preston , devido uma serie de acontecimentos, passa a não ingerir mais as drogas volta a ter sentimentos e vontade própria e percebe que todo aquele sistema que havia sido implantado para proteger as pessoas na verdade as havia matado a muito tempo já que essas haviam se tornado somente espectros ambulantes que atendiam às ordem de um superior ,chamado ''Pai'', e sem questionar nem exitar essas pessoas atendiam a todas as suas ordens, percebe-se que quando Preston passa a enxergar a verdade sórdida por trás dos discursos falacianos do Pai e das medidas tomadas pelo mesmo, Preston passa a sentir nojo de tudo aquilo sente-se envergonhado por viver em um lugar como aquele e começa um caminho perigos para mostrar para todos os outros a verdade que ele conseguiu enxergar nota-se ai uma intertextualidade muito interessante com o mito da caverna de Platão onde as pessoas nascem e são acorrentadas umas nas outras no fundo de uma caverna onde a única imagem que tem desde o nascimento é somente a de suas sommbras no fundo da parede e quando uma dessas pessoas consegue sair da caverna e ver o mundo real ela torna-se um ''de fora'' que tenta avisar as pessoas sobre a mentira que estão vivendo mas elas preferem continuar com sua protofelicidade baseada na mentira do que viver a felicidade plena através da verdade pois já estavam habituadas com o que lhes tinha sido pregado e não lhes era conveniente ''andar com as
próprias pernas''.


A cena acima mostra o exato momento em que John Preston retoma sua consciência e retira as películas que encobriam as janelas obstruindo a visão panorâmica da cidade como forma de conter ainda mais a emoção das pessoas, ao retirar essa película é como se Preston retirasse as vendas dos olhos e voltasse a enxergar novamente ao mesmo tempo se sente só pois sabe que mais ninguém compartilha essa sensação com ele e triste pois sabe que todos ainda estão usando suas vendas.E essa sensação de viver em mundo onde ninguém mais vive trás uma sensação muito grande de solidão e isolamento já que pouquíssimas pessoas compartilham essas mesmas visões de mundo e conseguem ver a verdade oculta nas coisas essa sensação é muito bem descrita pela música Exército de um Homem Sò (Engenheiros do Hawaii):

(...)

Não importam se só tocam
o primeiro verso da canção
a gente escreve o resto
sem muita pressa
com muita precisãonos interessa o que não foi impresso
e continua sendo escrito à mão
escrito à luz de velas
quase na escuridão
longe da multidão

(...)

Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto
e o resto é restoé falsificação
é sangue falso, bang-bang italiano
suíngue falso, turista americano
livres dessa estória
a nossa trajetória não precisa explicação
(e não tem explicação)

Somos um exército(o exército de um homem só)
no difícil exercício de viver em paz
somos um exército
(o exército de um homem só)
sem bandeira,
sem fronteiras para defender,pra defender...

Não interessa o bom senso diz
não interessa o que diz o rei
(se no jogo não há juiz
não há jogada fora da lei)
não interessa o que diz o ditado
não interessa o que o estado diznós falamos outra língua
moramos em outro país

(...)

A confirmação de tudo isso que foi dito acima pode ser vista frequentemente em programas televisivos como o Famous Face onde uma maluca coloca na cabeça que quer ficar idêntica à Jeniffer Lopez ou com a Britney Spears e tal estupidez é incentivada. Em resumo, a transformação é filmada e testemunhamos a verdadeira frankesteinização sofrida pela pobre cega e iludida pelo processo de uniformização. Ela se submete à operação plástica, lipoaspiração e o caralho ao fim ela já não é mais ela, perdeu sua identidade sua personalidade sua própria vontade através das constantes lavagens cerebrais às quais foi submetida desde pequena que é quando começam a vomitar nas pessoas todos os conceitos de beleza etiqueta comportamento iniciando assim o processo de uniformização como se cada criança fosse um produto em uma linha de montagem...

...e ao fim da transformação perde também sua face pronto ,ela já não é mais ela mas também não é Britney, nem Lopes, ela se torna um nada mas que passa ser venerado como ídolo em meio aos que também são ou estão se tornando um nada. Chega a ser nojento. Eu não entendo qual é a de um programa como esse. Será que a indústria da cirurgia plástica tá precisando de uma forcinha? Eu duvido. Nunca vi se falar tanto em botox, silicone, lipo e outras merdas. Todo mundo tentando evitar o inevitável para ficar sempre com a mesma face adotada como modelo de beleza padrão da sociedade. Todo mundo querendo retardar o tempo incontrastável. Quando você começa a perceber todo esse genocídio de individualidade culminando na perca total e em massa da personalidade o descontentamento com o mundo torna-se inevitável então "você não quer mais ganhar o jogo, quer quebrar o tabuleiro; você não quer mais chegar até o fim, você quer fazer barulho; você não mais quer o amor, você quer tudo; você não mais quer morrer, você quer nunca ter existido; e passa a perceber que não somos uma geração perdida mas uma geração que perdeu'' (trecho extraído do Manifesto Cordialista)Vivemos cada vez mais em uma gigantesca e apavorante Ilha do Dr. Mureau. Foda-se Dorian Gray. Eu sou bem mais as rugas de Charles Bukowski.

encerro o capítulo XVI ao som de DESAPEGO de MOPTOP

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Capítulo XIII: Diálogos


Pedro:parece que você ficou chateada com alguma coisa que eu falei
Camila: eu to chateada com o mundo,nada contigo não
Pedro:então vamos abrir um clube estou de saco cheio dessa monotonia, tudo sempre igual as pessoas lutam ferrenhamente pra chegar num lugar que nem sabem onde é tudo porque a sociedade as empurra para esse fluxo louco e desenfreado, e elas com medo de não se encaixar simplesmente sequem essa torrente de almas desesperadas, sem ver, ouvir ou falar sem questionar sem se importar com ética bom senso nem humanidade muito menos moralidade, tudo para no final ganhar papel e trocá-lo por produtos desnecessário e mostrá-los pelas ruas para pessoas que nem ao menos as conhece, como se esse fosse o sentido da vida, mas a vida é mais do que isso, a vida é superior a qualquer coisa que possamos construir, a vida é o que é, simples, feliz e ninguém entende isso ou preferem não entender, talvez porque seja mais fácil fechar os olhos e simplesmente ir do que romper com as correntes de preguiça, subordinação, miséria e violência, então fecham os olhos e vão só vão e nada mais...
Camila:a vida é superior a tudo que podemos construir...exatamente isso que eu penso, e o fato de das pessoas não entenderem isso é o que me aflinge.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Capítulo XII: deus (✰ ? - † 1859)



A obra "A Origem das Espécies"(1859) de Charles Darwin, não somente ''matou deus'' como também serve hoje como base para todas as pesquisas científicas que tem trazido grandiosos benefícios para a humanidade.
Isso significa dizer que a partir de 1859, com a ''morte de
deus'', o homem deu um grande salto. Pois as descobertas de Darwin influenciaram todas as demais áreas do saber. A religião e a ideia de deus conduziram o homem no bréu da escuridão. É, por conseguinte, a religião e a ideia de deus, a raiz de todos os males da humanidade. A Ciência traz a luz e solução. deus morreu e foi sepultado. Entretanto, há quem ainda tente travar o desenvolvimento da ciência. À frente deles estão picaretas e vigaristas que sabem que deus não existe, entretanto, aproveitam-se da ingenuidade e as vezes da debilidade mental dos seguidores para extorquírem e retirarem deles dinheiro. E é assim que a religião sobrevive hoje em dia: marketing, enganação, técnicas psicológicas, lavagem cerebral...nada além disso. Charlatanismo puro.
O mais inaceitável é que os governos, até mesmo os laicos, colocam a religião em posição de destaque dando a ela um poder forte de decisão, como pudemos presenciar no debate sobre o uso de células troncos embrionárias, onde a igreja se opôs a tal procedimento que representa esperança para milhões de enfermos que poderiam ter uma vida normal se fossem submetidos a tal procedimento regenerativo, no meu ponto de vista esse ato de barrar uma pesquisa que traria conforto para os que precisam de ajuda contraria todo o próprio ensinamento religioso que em suma prega a fraternidade entre os homens os quais devem sempre estender a mão a um necessitado, nesse caso a igreja pisou nos necessitados tentando acabar com as chances dos mesmos se recuperarem, essa falta de compaixão e de caráter me lembra muito um fato histórico lamentável que somente a igreja poderia ter propiciado, no fim do feudalismo com a explosão populacional o sistema administrativo estava entrando em colapso muita gente para pouca terra e pouco alimento então a igreja imaculada e caridosa resolveu mandar todas as crianças e mendigos da europa para lutarem no oriente(se não me engano essa foi a segunda cruzada) contra os impuros (era assim que chamavam os muçulmanos) o argumento para convencer essas pessoas é de que quem morresse nessa luta seria recebido com honras no céu se livrando de todo esse sofrimento terreno pelo qual estavam passando, percebe-se claramente que essa medida foi tomada para atender os interesses da própria igreja que temia rebeliões e revoltas contra seus ensinamentos uma vez que pregava que quem fosse fiel a deus teria vida próspera mas apesar de toda a devoção a vida do medievo só piorava já que com a explosão populacional não era possível um planejamento para melhor as condições de vida e saúde e com isso as doenças surgiam e se alastravam com muita facilidade isso sem falar na fome que vitimava a europa, assim foi feito no debate sobre as células tronco pois ao mostrar que o homem pode curar doenças graves a idéia de milagre passa a ser descartada o que faria com que a religião também fosse possivelmente descartada então ao invés de debater e modernizar-se a religião preferiu proibir o desenvolvimento dessa tecnologia que representava perigo à sua hegemonia.
O fato é que mesmo após a ''morte de deus'' a religião continua forte e atuante pois ela representa uma grande ferramenta de controle social é mais ou menos como disse Napoleão “Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas.”.
Um fato curioso é que se analisarmos a religião percebemos nela traços muitos fortes de uma criptocracia, tal forma de governo caracteriza-se por formas sutis quase imperceptíveis de controle e opressão além de seu verdadeiro líder ser desconhecido pelos que estão sob essa forma de regime, fazendo uma análise mais profunda percebemos que essa forma de governo criptocrático é algo consolidado no nosso mundo, como exemplo disso temos o FMI que interfere diretamente nas decisões dos países forçando-os a investir em certas áreas e abandonar outras (a atuação do FMI é muito vasta só usei esse exemplo da sua atuação por ser de mais fácil assimilamento) e isso tudo sem que a população saiba, temos também a ONU que interfere nos interesses dos países para manter a ''ordem e a paz mundial'' mas que na verdade não passa de uma instituição que inibe o desenvolvimento bélico dos países que podem afetar os interesses econômicos principalmente dos EUA podemos entender isso bem ao lembrarmos do bom trabalho que fizeram na divisão de terras entre israelenses e palestinos culminando hoje em uma disputa sangrenta pelo território, depreende-se disso que a criptocracia aplicada pela religião desde sua existência foi uma espécie de ensaio e preparo para ''amansar'' as massas tornando fácil a tarefa de implantar uma criptocracia econômica, militar e governamental, porque se você consegue convencer pessoas de que existe alguém invisível capaz de ver tudo saber de tudo e que pode construir um planeta em 7 dias que com o sopro pode dar vida ao barro torna-se fácil massacrar, explorar, enganar e roubar essas pessoas elas se tornam fantoches, títeres reais de instituições que atendem aos próprios interesses mas que para se manterem precisam de um exército cada vez maior de subordinados que por uma longa e demorada doutrinação passou a não enchergar óbvio e contentar-se com a ''sombra no fundo da caverna'' (mito da caverna), não ouvir as verdades e contentar-se com as idéias que lhes são transmitidas sem nem ao menos questioná-las e não falar não exigir a verdade.

encerro o capítulo XlII ao som de IDIOTEQUE de RADIOHEAD

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Capítulo Xl : Retrato em branco e preto



Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cór
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

(Chico Buarque e Tom Jobim)

encerro o capítulo XlII ao som de YOU ARE NICE de AGUA DE ANIQUE

domingo, 1 de novembro de 2009

Capítulo X : I shop therefore I AM


A praticamente um mês do natal já nota-se uma grande movimentação nos centro de compras para atrair os consumidores, essa data é no mínimo muito peculiar pois mostra o perfeito casamento entre religião e capitalismo (ver capítulo lll para entender minha definição de capitalismo)
Se buscarmos a história do 25/11, não a que é contada pela bíblia mas a sequência de acontecimentos que levaram à criação desta data, perceberemos claramente que tudo se trata de uma adaptação de cultos pagãos para à religião cristã e só foram aproveitados para facilitar a transição dos pagãos ao cristianismo, a bíblia diz que no dia 25/11 três reis magos seguiram uma estrela cadente até o nascimento de Cristo filho de deus e da virgem Maria essa história na verdade é uma adaptação do culto pagão ao deus Sol que durante o ano expande e contrai seu trajeto no céu e durante três dias (22,23,24/11) permanece inerte, sem alterar o trajeto, similar à um embrião como se os 3 dias fossem uma gestação e no dia 25/11 sua trajetória volta a expandir representando um nascimento trazendo a luz que na verdade é uma alusão ao aumento do fotoperiodo, nessa data o Sol alinha-se à estrela Sírius e à constelação das 3 Marias (que em outro lugares do mundo é chama de 3 Reis) ou seja dizer que os trÊs rei seguiram a estrela brilhante até o nascimento de Cristo é o mesmo que dizer que o Sol está alinhado com as outras estrelas citadas a cima.
Um fato curioso é que antes de ''inventarem'' a história de cristo já existiam dezenas de histórias idênticas espalhadas pelo mundo, estudiosos apontam que existam cerca de 50 ''cristos'' espalhados pelo mundo nas mais diversas culturas, sendo que o mais antigo deles data de 3000a.C. no Egito e recebeu o nome de Hórus.

E toda essa manipulação promovida pelas religiões (principalmente pela cristã) mudando a mentalidade da civilização e fazendo-a temer à entidades fantasiosa mudando drasticamente o rumo da história(para pior) a coloca no mesmo patamar do capitalismo que é um sistema econômico baseado no consumo excessivo de produtos desncecesários, em algum momento da historia o capitalismo adquiriu um caráter político e hoje assume papel decisivo nos governos ao redor do mundo adquirindo assim a a habilidade de mudar o rumo da história tal como a religião fez e ainda faz, ambos valem-se da doutrinação da população iludindo-a com meias verdade ou tentando vender-lhe a felicidade numa caixinha dourada.
A única diferença entre os sistemas em questão é que a religião é um sistema cíclico onde o combustível necessário para sua existência depende somente das pessoas que a compõe já que o seu combustível é a fé o que faz da religião uma máquina que poderá trabalhar eternamente enquanto ainda existir fieis, já no capitalismo temos um sistema linear que assim como o cíclico também pode ser eterno desde que seu combustível também seja mas como sabemos o combustível do capitalismo é a produção de bens de consumo que depende de matéria prima e essa é finita limitada o que da ao capitalismo um prazo de validade, mas trataremos disso depois por enquanto voltemos às semelhanças.
Depois dessa breve explanação sobre os dois sistemas podemos fazer algumas relações entre suas doutrinas, vejamos: a igreja de cristo prega a fraternidade entre os homens e cria também a idéia de tolerância e paciência muito bem representada ela frase ''se te baterem em um lado da face dê o outro lado'' essa idéia de paciência e tolerância na verdade é uma tentativa(bem sucedida) camuflada de criar uma relação de suserania e vassalagem entre quem manda (os que dão o tapa) e geralmente estes são os donos dos bancos e dos meios de produção, e os que recebem ordens (os que levam o tapa) que é o povo a massa de manobra de manipulação tornando-se ao mesmo tempo necessária,para a existência dos dois sistemas, e parcialmente descartável já que existe um grande excesso populacional disposto à se submeter às ordens do capitalismo e da religião.
E é no natal que a comunhão entre essas idéias fica mais evidente, como foi implantado na sociedade a idéia de que o nascimento de cristo é o fato mais importante de toda a história da humanidade criou-se uma necessidade de celebração da referida data que representa a devoção à algo que pode não existir efetivamente, que foi criado para simples manipulação das massas, e nessa época o intuito capitalista de levar as pessoas a comprar o que não precisam é intensificado criando a idéia de que para mostrar o real sentimento de comunhao é preciso presentear as pessoas eis que surgem as enormes listas de presentes que são dados com o intuito de agradar cristo e mostrar a ele que vocÊ ama as pessoas e pra mostrar isso vocÊ dá presentes absurdamente caros a elas. E para fortalecer essa aliança entre capitalismo e religião surge a figura do papai noel que a uma última análise pode-se dizer que é uma adaptação de cristo aos moldes do capitalismo, já que ele só presenteia as crianças educadas e boazinhas estimulando-as (mesmo que só no mês de dezembro) a agir com respeito e educação mas acima de tudo implanta nelas o vírus do consumismo fazendo-as desejar presentes caros e inúteis situação bem descrita pelos versos de José Paulo Paes no poema Ao shopping center:

Pelos teus círculos
vagamos sem rumo
nós almas penadas
do mundo do consumo

De elevador ao céu
pela escada ao inferno:
os extremos se tocam
no castigo eterno.

Cada loja é um novo
prego em nossa cruz.
Por mais que compremos
estamos sempre nus

nós que por teus círculos
vagamos sem perdão
à espera (até quando?)
da Grande Liquidação.


E é nesse contexto criptocrático comandado por essas duas entidades que caminham lado a lado que estamos inseridos, e infelizmente torna-se cada vez mais difícil de fazer o povo enxergar essa verdade pois partindo do pressuposto de que "de tanto viver a mentira ela se torna verdade'' a situação tende a se agravar cada vez mais, mas (in)felizmente um desses sistemas o capitalismo está fadado ao extermínio já que nossas reservas naturais estão sendo exauridas e sem elas não terão como sustentar esse sistema, o único problema é que quando isso acontecer, quando não tivermos mais reservas naturais não será somente o capitalismo que chegara ao fim, toda a vida na terra desaparecera será aniquilada para sempre inclusive o homem que ,como disse James Lovelock, ''insulta a Terra e a ordem natural das coisas ao achar que tudo pode ser mudado à sua necessidade, mas isso mudará quando descobrirem que a Terra é um sistema vivo e auto-regulador que já ativou seus mecanismo de defesa para eliminar esse câncer que se espalhou pela sua superfície''

encerro o capítulo XlII ao som de OUTRAS FREQUÊNCIAS de ENGENHEIROS DO HAWAII