quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Capítulo XXIII : Acerca da independência do homem perante a idéia de deus e afins

Estamos hoje muito mais ligados às coisas antrópicas como nossa tecnologia nossas descobertas e convicções do que à ideia de um criador, sempre que nos vemos em uma situação de necessidade recorremos não mais às orações mas à tecnologia que geralmente pode resolver nossos problemas...
...quando digo nós me refiro às pessoas que tiveram possibilidade de ter uma excelente formação intelectual e que conseguiram apartir disso ferramentas para criticar o que lhe é transmitido verificando a possibilidade de veracidade ou não de determinados assuntos e assim se desvincular de falsas histórias ditas como verdadeiras mas que não passam de uma forma de ''manter as pessoas comuns quietas''.

Podemos perceber essa relação de proximidade entre o ato de questionar-se sobre as coisas do mundo (filosofar) e ateísmo ou agnosticismo analisando uma parte da vida de Darwin que veio de uma família extremamente religiosa e talvez até por isso chegou a cursar teologia mas suas convicções teológicas mudaram após sua viagem à bordo do Beagle ao redor do mundo viagem na qual Darwin formulou a Teoria da Evolução das Espécies onde através de análises Darwin constatou que os seres descendiam de um ancestral comum que graças á processo de adaptação e seleção natural evolui para as mais variadas formas de vida que hoje existem, isso para um teista era (e ainda é para alguns) inaceitável em sua época já que passar a aceitar que somos descendente de simples chimpanzés e não de um ser onipotente e onipresente era uma ofensa À exitência humana, por tempos Darwin ficou na dúvida se divulgaria ou não sua descobertas e então em 1858 sua análises científicas se sobrepuseram às suas convicções teológicas e então publicou seus estudos derrubando de vez a idéia de que deus tenha criado o homem, Darwin não se tornou ateu por ter feito isso mas deixou de lado as suas convicções teológicas para elevar suas ideias cientificas colocando-as em um plano superior mostrando que o conhecimento baseado na ciência era para ele mais válido do que o conhecimento baseado na fé e é exatamente isso que acontece com a maioria das pessoas ao redor do mundo, principalmente com as de nível superior podemos perceber isso pelos números no Brasil apenas 8% da população total tem nível superior população esta que adquire conhecimento suficiente para se tornar cética e passar a buscar respostas mais completas sobre o universo levando-a ao agnosticismo ou até mesmo ao ateísmo já podemos constatar que 65,7% das pessoas com nível superior não acreditam na existência de um ser divino isso representa cerca de 5% da população brasileira agora vejamos a Inglaterra onde cerca de 53% da população tem nível superior demonstrando que o pais é formado por pessoas muito intelectualizadas (a media de livros lidos por cada inglês é de 13 livros ao ano enquanto no Brasil essa taxa não passa de 3 livros por ano) e ''curiosamente'' o numero de intelectuais é diretamente proporcional ao numero de pessoas que não acreditam nas entidades divinas (ateus e agnósticos) chegando à dois terços da população britânica e essa relação de intelectualidade e ateismo não é exclusividade britânica praticamente todos os países cuja população é intelectualizada apresentam altos IDH's e grande porcentagem de ateus vejamos os números :

NOVA ZELÂNDIA - 66% da população é ATÉIA.
SUÍÇA - 56% da população é atéia.
ESTADOS UNIDOS - 33% da população é atéia.
SUÉCIA - 83% da população é atéia.
NORUEGA - 78% da população é atéia.
DINAMARCA - 80% da população é atéia.
FINLÂNDIA - 69% da população é é atéia.
ISLÂDIA - 16 – 23% da população é atéia.
AUSTRÁLIA - 68% da população é atéia.
ALEMANHA - 57% da população é atéia.

Somando o número de ateus aos agnósticos chegamos a 15% da população mundial é um número baixo devido à uma série de fatores como já dito a intelectualidade da população mundial é muito baixa os países mais populosos em geral são os com menores índices de IDH e de escolaridade portanto a maior parte da população mundial não tem ferramentas necessárias para derrubar as idéias de criacionismo e existência de deus, mas mesmo que esse número seja pequeno ele vem crescendo muito devido ao acesso a informação e ao crescimento do pensamento crítico, então é comum que uma pessoa que pense mais sobre as coisas da vida e da existência, muitas vezes encontra muitas dúvidas referente aos assuntos da fé, como podemos ver pelas pesquisas feitas pelo psicólogo James H Leuba através de uma pesquisa realizada em 1914 feita com 1000 cientistas aleatoriamente selecionados, constatou que cerca de 50% eram Ateus.

Em 2000, ou seja, 86 anos depois, foi constatado que 98% dos cientistas já não acreditam em divindades, pois quanto mais a ciência avança, menos os lúcidos precisariam se agarrar na vida além túmulo ou se curvar para os fantasiosos deuses e em 2009, segundo a revista Newsweek, apenas 0,15% dos biólogos ou geólogos, com alguma credencial acadêmica respeitável nos EUA acreditam em deus.

O fato é que como já foi dito nesse blog anteriormente ''A Ciência traz a luz e solução. deus morreu e foi sepultado. Entretanto, há quem ainda tente travar o desenvolvimento da ciência. À frente deles estão picaretas e vigaristas que sabem que deus não existe, entretanto, aproveitam-se da ingenuidade e as vezes da debilidade mental dos seguidores para extorquírem e retirarem deles dinheiro. E é assim que a religião sobrevive hoje em dia: marketing, enganação, técnicas psicológicas, lavagem cerebral...nada além disso. Charlatanismo puro.'' e o único modo de livrar a humanidade dessa ''raíz de todo o mal'' (como disse Dawkins) é dando às pessoas capacidade de conhecer o mundo aos olhos da ciência só assim a humanidade será capaz de entender e compreender todos o processo de manipulação por trás da idéia de deus e de religião, talvez por saber disso que a igreja proibiu na chama Idade ou Era das Trevas que qualquer conhecimento não religioso fosse produzido e espalhado pela sociedade pois conheciam o poder da ciência do conhecimento e temiam o perigo que este representava para as bases da instituição.

Podemos perceber então que a ciência e deus ou melhor a teologia (a relação entre teologia deus e religião é muito próxima já que seu intuito é supostamente estudar deus a fé e as escrituras sagradas) em si são duas coisas opostas e que a ciência se sobrepõe com excelência sobre a teologia mas mesmo assim algumas pessoa aindam acreditam que possa haver uma harmonia entre ambas as partes algo do tipo foi proposto por um editorial infeliz e ingênuo do jornal britânico Independent que recentemente pediu uma reconciliação entre ciência e “teologia”. Dizia que “As pessoas querem saber o tanto quanto possível sobre suas origens”. Com certeza, espero que elas queiram, mas o que faz alguém pensar que a teologia tem algo de útil para dizer sobre esse assunto?

A ciência é responsável pelas seguintes informações sobre nossas origens. Nós sabemos aproximadamente quando
o Universo surgiu e por que ele é, em sua maioria, de hidrogênio. Nós sabemos por que as estrelas se formam e o que acontece no interior delas para converter hidrogênio em outros elementos, dando origem à química em um mundo físico. Nós sabemos os princípios fundamentais de como um mundo químico pode se transformar em biologia através do aparecimento de moléculas auto-reprodutoras. Nós sabemos como o princípio da auto-reprodução deu origem, através da seleção darwiniana, a toda a vida, incluindo os humanos.

Foi a ciência e apenas a ciência que nos ofereceu esse conhecimento e, além disso, o ofereceu em detalhes fascinantes, preponderantes e que se confirma mutuamente. Em cada um desses aspectos, a teologia tem mantido uma visão que se mostrou definitivamente errônea. A ciência erradicou a varíola, pode imunizar contra a maioria dos vírus e matar a maioria das bactérias que anteriormente eram mortais. A teologia não tem feito
nada a não ser falar das doenças como punições para nossos pecados. A ciência pode prever quando um cometa em particular irá reaparecer e, de quebra, quando o próximo eclipse irá ocorrer. A ciência colocou o homem na Lua e lançou foguetes de reconhecimento ao redor de Saturno e Júpiter. A ciência pode lhe dizer qual a idade de um fóssil específico e que o Santo Sudário de Turim é um farrapo de pano medieval. A ciência sabe as instruções precisas no DNA de vários vírus e irá, durante a vida de muitos leitores presentes, fazer o mesmo com o genoma humano.

O que a teologia já disse que teve qualquer valor para alguém? Quando a teologia disse algo que foi demonstrado como verdadeiro e que não seja óbivio? Tenho ouvido os teólogos, lido o que escrevem, conversado com eles. Nunca ouvi algum deles dizer algo que tivesse alguma utilidade, qualquer coisa que não fosse trivialmente óbvio ou categoricamente errado. Se todas as realizações dos cientistas forem apagadas do mapa no futuro, não haverá médicos, e sim xamãs; não haverá meio de transporte mais rápido que o cavalo; não haverá computadores, nem livros impressos e, muito menos, agricultura além das culturas de subsistência. Se todas as realizações dos teólogos forem apagadas do mapa no futuro, alguém perceberia a mínima diferença? Até mesmo as realizações negativas dos cientistas, como as bombas e navios baleeiros guiados por sonar funcionam! As realizações dos teólogos não fazem nada, não afetam nada, não significam nada. Afinal, o que faz alguém pensar que “teologia” é um campo do conhecimento o que faz alguém pensar exista alguém que seja dono do seu caminho e da sua vida alguém que você deva agradar para não sofrer depois da morte? A sim é verdade a pergunta correta não é ''o que faz pensar'' a pergunta certa é o que faz alguém NÃO pensar no mundo e aceitar essas idéias arcáicas e ultrapassada? talvez uma intelectualização em massa da humanidade resolveria o problema de vez e extinguiria essa ''raíz de todo o mal''.

E pra terminar, algumas palavras do mestre Saramago :

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Capítulo XXII : A Internacionalização do Mundo por Cristovam Buarque



Durante debate em uma Universidade, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha.

''De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da Humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o pais onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.''

fonte : http://haroldovilhena.multiply.com/journal/item/108

Capítulo XXI : O tempo e as idéias

O voraz e impiedoso tempo, não o tempo fragmentado em anos, meses, semanas, dias e horas que adotamos como sendo o tempo propriamente dito mas o fluir natural das coisas como a meia vida de um elemento radioativo, ou os ciclos astronômicos, o período de validade dos alimentos e até de nós mesmo, destroi tudo acaba com fortes castelos, deteriora as mais altas montanhas e principalmente acaba com tudo que vive, as duas únicas coisas que são resistentes à essa corrosão universal é a energia que ,segundo a Lei de Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier, faz parte de um ciclo fechado e supostamente eterno onde ''nada se cria nada se perde, tudo se transforma'' a outra coisa que resiste à tudo inclusive ao tempo são as IDÉIAS.

Uma vez que uma idéia surge nada pode barrar sua propagação, ela vai contra qualquer gradiente de concentração, transpõe qualquer barreira física ou política, atravessa qualquer oceano, e se perpetuam invadindo nossas mentes sem pedir permissão e assim como um vírus resistente à qualquer medicamento elas se perpetuam mudando o que precisa ser mudado.

Gosto muito de citar filmes para exemplificar minhas idéias e um filme que trata exatamente dessa característica eterna das idéias é V de Vingança resumindo a primeira cena temos a seguinte frase (na minha opinião essa é a mais importante do filme) "Um homem pode morrer, lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua idéia pode modificar o mundo mesmo tendo passado 400 anos." essa é a motivação dos mártires eles sabiam que poderiam morrer durante seu percurso sabiam que poderiam ser forçados a deixar de propagar seus ideais mas ainda assim acreditavam no poder das idéias e sabiam que independentemente da presença deles as mudanças seriam inevitávies já que o mais importante ja havia sido feito o gatilho ja havia sido puxado e o disparo lançou um projétil que se moverá pela eternidade furando peitos e mentes e implantando-se nelas tornando cada um portador das idéias iniciais e como tais tornan-se consequentemente articuladores das mesmas lutando para que elas sejam ouvidas e aceitas.

Mesmo que nosso tempo sangre até a morte nossas idéias se elevarão rumo à eternidade, tornando-se patrimonio universal e não mais individual, agindo como uma força que transformará o que precisar ser mudado.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Capítulo XX : Telomerase ideológica

desenho de Rafael Costa

Jovem jovem... O que te faz tão maduro nesse primeiro passo ? Quando pensa na paixão platônica da segunda série ? Ou quando vê fotos de seus avós já falecidos ? Tantas coisas passadas, sonhos desmantelados, paixões frustradas, gostos antigos. Mas, quantas coisas a se passar, quantos sonhos a serem idealizados, quantas paixões a serem apaixonadas, quantas coisas a saber... coisas que ainda precisa viver. Como todos, esquece-te do que não viveu.

A juventude é tão passageira quanto aquela banda na propaganda de refrigerantes. E a velhice tão relativa quanto os buracos negros na parede do seu quarto ou do seu mundo.

Hoje, só me cabe devanear
que já nascemos nos achando uns velhos a mais
e morremos nos achando novos demais.

Tudo na lei de seu tempo: tudo sem tempo.

Anexo V : Arrogância



" Sabe o que eu mais gosto em você ?
Sua arrogância. "

Arrogância:
do Lat. arrogantia
s. f.,
orgulho;
altivez;
presunção;
insolência;
audácia;
auto-confiança;
auto-suficiência;
excentricidade;
insubmissão;
qualidade do crítico.

Meus super heróis sempre foram arrogantes.
_____________
Essa palavra merece um post só pra ela.

Anexo IV: Ode ao nada

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Leia o que quiser, o texto já te leu.

Não há mentes vazias.

Capítulo XIX : Vício maldito



HÀ pouco tempo atrás, para ser um ET era preciso vir de outro planeta. Hoje em dia ficou mais fácil, basta não ter um celular. Nada resume tão bem os nossos tempos como ele. Antes uma luxúria, agora, uma necessidade.

O fato de alguém ter este aparelho móvel, lhe dá a plena possibilidade de se manter conectado com o resto do mundo. Não importa quão longe você esteja sempre estará perto. Viver sem fronteiras. A tecnologia virou vício. Como pudemos viver tanto tempo sem o celular?

Juntamente com essas mudanças, também apareceram os inconvenientes. Já reparou que quando você está conversando com alguém, mesmo que esteja no auge do papo, no ponto chave da piada, no x da questão, no final da história, o que for, basta apenas que a música toque ou algo vibre para que tudo se acabe? Tudo se torna menos importante diante daquela ligação. Após uma breve pausa, retomamos o assunto. Onde estava mesmo?

Não consigo entender como isso se dá. Por que razão aquela ligação é mais importante que a conversa que você está tendo no momento? Afinal, aquela pessoa começou a conversar com você primeiro. Pior, ela está diante de você.

A verdade é que ficamos na expectativa. Quando você está com o celular, sente que a qualquer momento pode receber aquela ligação. Já reparou na ansiedade de alguém quando recebe uma mensagem? O contrário também é verdade. Quando você não está com o celular, sente que pode perder aquela ligação. Imaginem o desastre? Não consigo entender.

Dizem que é necessário atender, porque pode ser a notícia de que alguém está doente e precisa de ajuda ou que você vai receber alguma dádiva. Pode ser, mas quantas vezes isso aconteceu? É mais fácil você receber um trote. Aliás, eles sempre funcionam, porque, afinal, você está na expectativa.

Outra coisa impressionante. As pessoas ficam chateadas quando outros não atendem suas ligações. Será que ele não gosta de mim? E quando o celular fica desligado? Só pode ser, está com outra. Para as mentes inquietas, é um prato cheio. Viveremos entre monstros da nossa própria criação.

Existem novas tecnologias que permitem colocar no celular um programa de rastreamento, onde você pode, com um simples clique, descobrir onde está determinada pessoa. Acabou sua regalia de dizer para o chefe que vai chegar atrasado por causa do trânsito. Se fizer, ele vai descobrir que você ainda nem havia saído de casa quando mandou aquele torpedo.

Aliás, que nome! Sua mensagem chega tão rápido como um torpedo! Estupendo!

Pode parecer coisa de velho, mas sinto falta da época em que as pessoas ao invés de ligar, iam a sua casa. Queriam te ver. Tente lembrar, qual foi à última vez que você fez isso ou fizeram com você? Quando fez, como foi recebido? Isso também, não consigo entender. Hoje em dia as pessoas não gostam de visitas repentinas, tudo tem que ser com horário marcado. Quanta neurose.

Ás vezes tento deixar. Deixar o celular em casa, deixar o celular tocando, deixar de me preocupar. Experimente fazer isso de vez em quando. Saia de casa, mas sem ele. É como se você ficasse escondido, com mais liberdade, pronto para se perder. Quando estiver no meio de uma conversa, deixe o celular tocando. Não há pessoa mais importante no mundo do que aquela com que você está conversando no momento. Valorize-a, valorize as relações humanas, principalmente as de verdade. Deixe de mandar mensagens, espere encontrar com as pessoas para contar suas novidades.

Nossa vida é cheia de ironias. Um aparelho que deveria ter o papel de aproximar as pessoas, apenas as afasta. Pra que vou querer novas relações em outros ambientes se tenho meus melhores amigos ao meu alcance? Vão engano. Acho que devemos evitar cultivar amizades exclusivas, porque o homem adere ao vício com mais facilidade do que a virtude.

Capítulo XVIII : À caminho da servidão

É o caminho para o fim.Desde a Primeira Grande Guerra o mundo moderno não gozará mais do desenvolvimento que só a liberdade proporciona. Seremos escravos, todos. Pode soar alarmista isso, mas é verdadeiro e nada comparado ao catastrofismo falso que criaram em torno do aquecimento global.

O fato é que o governo dos EUA regulará a emissão de CO2, e sem passar pelo congresso.
Isso significa que o verdadeiro imperialismo ganhará força, e como a História ensina, trajado sempre de "boa vontade". Vou citar os principais pontos da derrocada da civilização moderna:

- Definitivamente não há comprovação de que o CO2, um gás que nós mesmo produzimos, seja responsável pelo Aquecimento. Qualquer análise gráfica, para alguém com noção básica de ciência e estatística, consegue desmentir ou ao menos questionar as conclusões do IPCC.

- O maior mal de uma sociedade depois dos Impostos é a REGULAMENTAÇÃO. Por ser um "problema" global o Aquecimento, os esforços também serão globais, com o intervencionismo de Obama. A tributação confiscará de quem tem condições de pagar, como os norte-americanos e europeus e classe-média do Brasil. As metas de reduzir um gás responsável pela fotossíntese fará dos países pobres eternos pobres, já que não poderão desenvolver-se como os já desenvolvidos.

- Os Estados e seus Governos terão mais poder e dinheiro, sufocando cada vez mais os indíviduos, em maior ou menor grau, ao redor do globo.
Não se intimide com discursos nacionalistas, desenvolvimentistas e socialistas:
O ESTADO QUE FAZ GUERRA.

Esperar que algumas centenas de Chefes de Estado mude a vida de bilhões de pessoas é estar à caminho da servidão.

Capítulo XVII : "Se os EUA fazem, por que não fazer?"




Não gosto de usar sabedoria popular já que elas generalizam tudo, mas nesse caso uma delas é bem vinda, ''No Brasil nada se cria tudo se copia'' e no melhor estilo esquerdista estão dizendo "Se os EUA fazem, por que não fazer?", essa frase é uma tentativa bandida de justificar o injustificável: sacrificar toda a economia em nome de um "bem-(in)comum". Ela poderia ser usada agora ou daqui a um tempo.

Me refiro à marcha na contramão do neoliberalismo me refiro à nitervenção estatal na economia, políticas como "Minha Casa, Minha Vida" que subsidiam imóveis para baixa-renda (R$ 17 mil de subsídio com o imóvel valendo R$ 68 mil) faz o ramo das construtoras expandir muito. O financiamento pelo Caixa Econômica Federal, banco estatal, faz com que as construtoras tenham dinheiro no bolso. Mas e se o cidadão, que comprou o imóvel, não conseguir pagar? Quem arcará com os riscos?

Perceba que o financiamento é pelo banco estatal.

Repare que em Setembro, o relatório do
Banco Central revelou o que já estava em curso:40,6% da carteira de crédito nas mãos dos bancos públicos, e aumentando. O Banco do Brasil já prevê aumentar para 2010 o crédito em 20%. Claro que o aumento será na carteira de consumo, como já ocorre. Manobra agressiva demais, enquanto os bancos privados, vejam só, continuam austeros.

Agora vejamos, a inadimplência
no acumulado do ano está em 13%. Com uma breve diminuição nos últimos meses devido ao décimo-terceiro e inserção de mais compradores na economia. Essa inserção só se dá de duas formas: mais emprego, como acontece, e mais crédito.

Assim na economia como na realidade as coisas não acontecem de uma hora para a outra. Mas seguindo a teoria econômica autêntica,
o governo já começou a inflar nossa própria bolha. A versão canarinho da bolha não será muito diferente que a dos EUA*. Virá a inflação, aumento de arrecadação de tributos, a inadimplência aumentará, o governo imprimirá mais dinheiro, prolongará mais um pouco a euforia até uma porção de gente deixar de honrar os compromissos.

A queda será íngreme e violenta. Eu aposto que será perto das eleições presidenciais em 2014.


*Nos EUA foram as hipotecas que, graças aos juros artificialmente baixos nos últimos anos, foram aumentando o valor dos imóveis devido a procura e enxurrada de dólares. Com o tempo, o valor das casas inflaram. O cidadão não conseguia mais pagar. Começou o calote e os preços das casas despencaram, perdendo valor, e contaminou todo o sistema financeiro, que havia colocado as "duplicatas" no sistema.

Capítulo XVI : Acerca de clichês da estirpe de "a gente recebe aquilo que dá" e da desilusão



Há exceções incompreensivelmente grandes; a diferença de individualidades é enorme; mas, em conjunto e conforme já se disse, o mundo vai mal: os selvagens se entredevoram e os civilizados enganam uns aos outros, sendo a isso que se chama a marcha do mundo. (Arthur Schopenhauer, Aforismos para sabedoria na vida, cap. V, C)


Eu vejo aqui as pessoas mais fortes e inteligentes.
Vejo todo esse potencial desperdiçado.

Que porra é essa, uma geração inteira de garagistas, garçons, escravos de colarinho branco.
A propaganda
põe a gente pra correr atrás de carros e roupas.
Trabalhar em empregos que odiamos para comprar merdas inúteis.
Somos uma geração sem peso na história.
Sem propósito ou lugar.
Nós não temos uma Guerra Mundial.
Nós não temos uma Grande crise.
Nossa Guerra é a espiritual.
Nossa crise, são nossas vidas.
Fomos criados através da tv para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock.
Mas não somos.
Aos poucos tomamos consciência do fato.
E estamos muito, muito putos.

Você não é o seu emprego.
Nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco.
Nem o carro que dirige.
Nem o que tem dentro da sua carteira.
Nem a porra do uniforme que veste.
Você é a merda ambulante do Mundo que faz tudo pra chamar a atenção.

Nós não somos especiais.
Nós não somos uma beleza única.
Nós somos da mesma matéria orgânica podre, como todo mundo.

Escolha não ter uma TV grande
nem baixo colesterol
nem um abridor elétrico de latas
nem plano de saúde e dentário
e muito menos uma casa de dois andares numa rua arborizada e filhos que só tiram A+.

As coisas que você possui acabam te possuindo.
Você só é realmente livre após perder tudo.
Pois ai não terá o que perder, e, enfim, encontrar-se-á livre.


Tyler Durden (Em
O clube da Luta)


Eu estava conversando com uma colega de escola, quando ela, em uma nova tentativa de me dar uma "lição de moral", soltou o lugar-comum: "A gente recebe o que a gente dá". Muito bem, o que as pessoas querem realmente dizer com isso? Que, em última instância, recebemos o mal por que praticamos o mal, dessa forma o nosso sofrimento é, em última instância, causado por nós mesmos. Trata-se do velho golpe de tentar fundamentar a moral sobre o egoísmo.

Mas as pessoas que repetem esse clichê em geral são estúpidas o bastante para não perceber o óbvio (e se percebem, então fingem não perceber): que se um indivíduo recebe o que dá, ele, obviamente, dá o que recebe; e que se nós regredirmos esse ciclo de dar e receber nósinevitavelmente chegaremos a um momento inicial no qual o indivíduo "recebeu" antes de "dar": dos pais, da escola, da sociedade, enfim, do mundo.

Não é difícil perceber que a intenção desse clichê é colocar a responsabilidade desse processo sobre o próprio indivíduo, transformando-o de vítima em algoz, ou seja, após receber tanto mal do mundo e, então, responder com mais mal e, assim, receber mal de novo... o indivíduo é então informado que, por fim, a culpa pelo mal que ele recebe é, afinal de contas, dele próprio, já que ele tinha dado mal antes (e sobre o mal que recebera anteriormente nada lhe é dito), como se ele fosse também responsável pelo mundo que já existia antes dele.

Após saber de tudo isso, cabe agora ao indivíduo o desafio hercúleo de quebrar esse ciclo vicioso, já que "o mundo" certamente não o quebrará para ele. Ou seja, agora o indivíduo, um "adulto responsável e maduro", terá que responder ao mal que receber com o bem, na esperança de receber, então, e pela primeira vez, o bem também. Cabe ao indivíduo a responsabilidade de quebrar um ciclo vicioso que ele não começou. Mas essa é a vida, essa bosta.

É claro que eu, pessoalmente, nem mesmo acredito que esse clichê, como ocorre com a maioria dos clichês, tenha uma validade estatisticamente significante. Trata-se de mais uma coleira para o povo, mais uma cenoura para o cavalo. Ou alguém aqui acredita realmente que o mundo é dos bons e dos justos? Já cansei de fazer o mal e receber o bem, já cansei de ver o mal sendo recompensado com o bem. Porque uma análise fria e mais detalhada da realidade mostra que "a verdade" geralmente está justamente na direção oposta da indicada pelos lugares-comuns


Pois a verdade é que a maioria das pessoas que perpetra o mal contra os outros tendo em vista o próprio bem acaba por receber - impunemente - o próprio bem que almejava: no mundo real, o crime, desde que perpetrado com a devida astúcia, recompensa, e muito! Aqueles que realmente acreditam que nossas sociedades (sejam ocidentais ou orientais) estão fundadas sobre valores nobres e sublimes não conhecem a história da humanidade, ou são muito estúpidos para interpretá-la.

Contra essa pretensa sabedoria que tenta fundamentar a moral, o "fazer o bem", sobre o egoísmo, o "receber o bem", nós temos a filosofia schopenhauriana, cujo discernimento está para sempre interditado à maioria da humanidade; o que, aliás, vem a ser uma testemunha adicional da miséria humana...

Outro lugar-comum, muito parecido com o anterior, é aquele que diz que "o mal que a gente faz volta para nós". Na verdade é a mesma afirmação que a anterior, mas dessa vez acrescenta-se uma espécie de princípio divino (geralmente o velho e bom deus, esse pau para toda obra) que se responsabiliza por recompensar o justo e castigar o injusto. Como ninguém mais, fora poucas exceções, acredita sinceramente em paraíso e em inferno, então nós regressamos ao mais grosseiro judaísmo, no qual a promessa de castigo, caso não fiquemos na linha, cai-nos sobre essa própria vida atual. O ser humano, esse ser maravilhoso, apenas porta-se moralmente se for coagido a fazê-lo, se for ameaçado com castigos: não é assim que as crianças são educadas?

Leitor, não seja estúpido. Não acredite em clichês, principalmente naqueles que pretendem pintar o mundo como um lugar justo e, na sua essência, bom. Nada mais falso do que isso. Não, o universo não conspira a nosso favor (nem da humanidade, nem de mim, nem de você): ele não está nem aí para nós. Não, a vida não é justa. Não, tudo não acaba sempre bem. Não, o bem não vencerá necessariamente o mal. Não, as coisas não mudam sempre para melhor. Não, você não merece ser feliz: você não merece nada. Não, não existem "pessoas de bem": todos são criminosos em potencial, bastando as circunstâncias adequadas para se manifestarem (na verdade todos nós somos, no mínimo, estelionatários: ficamos nos enganando mutuamente o tempo todo para obter algum ganho particular).